Eliminatórias da Oceania: parte 1


A eliminatória menos equilibrada, mas mais divertida de todas as confederações continentais está para começar. A disputa por vagas na Copa do Mundo na Oceania tem início nesta segunda-feira para quatro modestas seleções: Samoa, Tonga, Ilhas Cook e Samoa Americana, as quatro piores do continente pelo ranking Fifa. É a primeira fase da disputa, mas que já renderá a qualquer uma dessas equipes uma rara oportunidade de enfrentar o Taiti, atual campeão continental, além de Nova Caledônia e Papua Nova Guiné.

As eliminatórias na Oceania são as que dão ao mundo as maiores goleadas neste princípio de caminhada rumo aos Mundiais. Nem é preciso se alongar muito sobre os 31 a 0 da Austrália na Samoa Americana. Resta lembrar que, dias antes (pela eliminatória da Copa de 2002), os Socceroos haviam feito 22 a 0 em Tonga. Na eliminatória passada, tivemos placares como 10 a 1 e 9 a 0, ambos sofridos pela Samoa. As quatro seleções que começam a disputa sabem que não chegarão à Copa, mas o simples fato de alcançar a segunda fase, que também será a Copa das Nações da Oceania, já seria um feito enorme.


Vamos conhecer um pouco mais delas. Começamos com Ilhas Cook e Samoa.

Ilhas Cook


Com 15 ilhas habitadas, que são o lar de cerca de 15 mil pessoas, as Ilhas Cook formam um dos menores países a tentar chegar ao Mundial. Além disso, seu técnico é também um dos mais jovens na eliminatória: Drew Sherman (foto acima) tem apenas 28 anos e decidiu virar treinador após um pequeno período na base do Swansea City, onde decidiu que gostaria de seguir no futebol, mas não dentro do campo. Há um ano no cargo, o britânico terá, enfim, sua primeira partida oficial no comando da equipe.


Sherman tem só 28 anos e foi jogador na base do Swansea
Um dos problemas para Sherman é o fato de que muitos nativos deixam as ilhas em busca de melhores condições de trabalho, rechaçando a possibilidade de defenderem a seleção. Mesmo assim, o técnico concentrou seu foco em achar possíveis atletas nativos nas ilhas mais próximas, além de Nova Zelândia e Austrália. “É tudo sobre encontrar as melhores pessoas para nos representar. Estou confiante de que temos um grupo forte. Terminamos em último da última vez, então não há expectativas sobre nós, por isso o desafio é surpreender as pessoas”, comentou.

Na última eliminatória, Cook somou apenas um ponto, no 1 a 1 com a Samoa Americana
A maior parte dos convocados é da ilha principal de Cook, Rarotonga. Será a sexta participação do país em eliminatórias e o objetivo é alcançar a Copa das Nações pela terceira vez - e tentar fazer menos feio do que das duas vezes anteriores, quando perdeu por 16 e 17 a 0 em dois encontros com a Austrália. “Eles (jogadores) estão muito orgulhosos de representar as Ilhas Cook. Queremos deixar todos orgulhosos. Se dermos nosso máximo e ajudar o futebol a crescer neste país, então será um sucesso para nós”, explica Sherman.

Samoa
Campeã dessa fase nas eliminatórias para 2014, Samoa desponta novamente como favorita para obter a vaga à Copa das Nações e à segunda etapa. Para isso, a aposta é em uma comissão técnica 100% nativa, comandada pelo técnico Phineas Young. Dentro de campo, a esperança é Desmond Fa'aiuaso, experiente atacante de 31 anos e maior goleador da seleção, com seis gols. Também no ataque, Silao Malo volta às eliminatórias após marcar duas vezes e ser o artilheiro do time na campanha passada.


Festa de Samoa: time obteve a primeira posição nesta etapa em 2011
Chama a atenção da convocação samoana o fato de haver dois atletas sem clube. Mesmo assim, há expoentes espalhados por Austrália e Nova Zelândia: Cinco jogadores atuam em ligas menores desses países.

Embora não faça feio no histórico contra os adversários da primeira fase, Samoa está bem longe de conseguir se equiparar com os times da etapa seguinte. Tanto que, na Copa das Nações de 2012, perdeu todos os jogos contra Taiti, Nova Caledônia e Vanuatu marcando apenas um gol.


A seleção de Samoa na eliminatória para 2014
A melhor campanha em eliminatória veio no caminho rumo ao Mundial de 2010, quando o sistema de disputa era diferente. Alojada no grupo B, Samoa chegou perto das semifinais, conquistando duas vitórias - sobre Tonga e Samoa Americana, novamente - e ficando a três pontos da vaga. Contudo, é provável que, baseando-se pelo bom desempenho de Tonga e Samoa Americana na edição passada, esses tempos de moleza tenham acabado.
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