Quando o árbitro taitiano Ronan Leaustic apitou o fim de jogo, Nicky Salapu sabia que havia entrado para a história do futebol: “Eu estava sem meus melhores defensores e não havia nada que eu pudesse fazer." O dirigente Tony Langkilde endossou a atuação de Salapu: “Ele teve uma atuação magnífica." Você provavelmente já ouviu o nome de Salapu e já deve ter adivinhado que é mais um texto sobre o fatídico 31 a 0 da Austrália sobre a Samoa Americana, em 2001. Sim e não.
Com aquele jogo, que é, para a FIFA, a maior goleada da história entre seleções nacionais, completando 16 anos em breve, o goleiro norte-samoano pode, hoje em dia, enfim dizer ter superado aquele “trauma”. Três campanhas para Copas do Mundo e três vitórias depois, Salapu possui uma história e tanto de redenção no esporte. “Foi muito difícil lidar com aquilo (a derrota para a Austrália). Mas eu pensei que, se eu não voltasse aos gramados, jamais daria uma vitória à Samoa Americana”, confirma o jogador.
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Salapu na derrota acachapante para a Austrália por 31 a 0 |
Em 2015, a Samoa Americana obteve seu melhor desempenho em eliminatórias, ganhando de Tonga e Ilhas Cook, apesar de cair na fase preliminar mais uma vez, devido ao saldo de gols. Salapu foi reserva nos três jogos que o time disputou. O que não é problema. “Às vezes meu corpo fica sem energia, mas meu coração ainda ama este esporte. O futebol me levou ao redor do mundo, e eu o respeito por isso”, diz o goleiro.
Apesar de não conseguir a classificação para a próxima fase na atual eliminatória, o goleiro acredita que a evolução apresentada pela seleção é notória - pela primeira vez, o time venceu dois jogos seguidos. “Eu sempre pensei que viriam bons resultados um dia. Há vários jovens samoanos vivendo nos Estados Unidos, e temos a ajuda da Federação para conseguir recrutá-los e prepara-los”, conta o goleiro, que mora em Seattle.
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Salapu (E) com Ramin Ott, na primeira vitória norte-samoana em eliminatórias, em 2011 |
Salapu terá 39 anos quando começar a eliminatória para a Copa do Mundo no Catar, daqui quatro anos. Experiência que poderá ajudar a seleção e fazer com que ele alcance a incrível marca de seis eliminatórias disputadas. “Gosto muito do momento de representar meu país. Eu sofri por muito tempo para conseguir aquela primeira vitória. Fazer parte disso é uma grande coisa para mim”, encerra.
Fotos: FIFA, The Worst in the World e Mirror
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