Um mês após a tragédia que vitimou 71 pessoas próximas a Medellín, o Non Sense Football preparou um especial que relembra os principais momentos da Chapecoense desde a disputa da Série D de 2009 até as grandes participações na Copa Sul-Americana e a confirmação do time como o mais querido do futebol brasileiro. De volta a 2009, bora?
O time foi encorpando após a fase de grupos. Na última rodada, Giancarlo, que foi anunciado recentemente no Cruzeiro-RS, marcou o gol da vitória de 4 a 3 em cima do Ypiranga-RS, e os catarinenses avançaram na liderança da chave rumo ao mata-mata.
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Festa dos jogadores da Chape pela classificação ante o Araguaia |
Nas fases eliminatórias, a Chapecoense eliminou Corinthians-PR e Londrina antes de chegar ao confronto decisivo contra o Araguaia-MT. Fora de casa, o estreante Rogério marcou, aos 39 minutos da etapa final, de cabeça, o gol que seria o da classificação: 2 a 1. Isso porque, no Índio Condá, a Chape levou 1 a 0 debaixo de uma chuvarada, mas que não impediu a festa pela classificação devido ao gol fora de casa. Confira os lances na reportagem da época de Rafael Henzel, o único jornalista sobrevivente da tragédia:
Garantida na Série C, a Chape conheceu o mítico Maracanã nas semifinais. Perdeu para o Macaé por 2 a 0, depois venceu em casa por 3 a 2 (com um gol a favor e um contra de Cadu Gaúcho, que se tornou dirigente do clube e morreu na tragédia na Colômbia), mas a soma dos placares impediu a chegada à decisão.
Em 2010, a Chapecoense fez um estadual péssimo. Terminou em penúltimo lugar e seria rebaixada à segundona, mas a desistência do Atlético de Ibirama do Catarinense do ano seguinte "repescou" a Chape. Na Copa do Brasil daquele ano, os catarinenses esboçaram ameaçar um gigante do Brasil: venceram o Atlético-MG - de Vanderlei Luxemburgo - por 1 a 0, mas levaram um totó de 6 a 0 na volta. A Série C daquele ano acabaria para a Chape em Minas Gerais também: na segunda fase, caiu para o Ituiutaba, que mais tarde se tornaria Boa Esporte.
No ano posterior, o time do Índio Condá deixou para trás a terrível campanha no estadual e conquistou o tetra catarinense - apenas o segundo título em um período de 15 anos até então. A taça veio sob o comando de Mauro Ovelha, aquele mesmo que comandara o acesso na Série D. Mas, na terceirona nacional daquele ano, a Chape bateu na trave: terminou em quinto lugar, a primeira entre os que não subiriam.
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Celebração após os 3 a 0 em cima do Luverdense, em 2012 |
A temporada de 2012 representou mais um degrau conquistado na subida nacional. No meio da fase de grupos da Série C, chegou o técnico Gilmar Dal Pozzo e o veterano atacante Rodrigo Gral. Nas quartas-de-final, um 3 a 0 em cima do Luverdense praticamente selou a vaga à Série B. Vaga que veio com derrota no Mato Grosso. Mas e daí? A Chape estava na segunda divisão brasileira.
Gilmar Dal Pozzo subiu com a Chape e ficou para a temporada seguinte. Que começou com quase título estadual: faltou um gol na final contra o Criciúma. Mas o torcedor Condá nem sentiria falta daquela conquista no fim do ano. Muito graças a Bruno Rangel, um atacante que chegara do Metropolitano após cinco gols em 13 jogos no ano anterior. Ele fez 31 gols em 38 jogos (sendo que o time todo fez 60), e o clube só ficou atrás do Palmeiras na Série B - sendo que não perdeu para o Porco no turno ou no returno. O acesso foi garantido com duas rodadas de antecedência, no empate com o Bragantino, em Chapecó.
A partir daí, a história da Chapecoense virou, de vez, assunto para a Série A do Brasileirão. A primeira temporada na elite foi cheia de percalços, com três técnicos, mas Celso Rodrigues, que começou interino, colocou a Chape no 15º lugar. Àquela altura, a cidade começava a ter um novo ídolo: Danilo, que havia chegado do Londrina.
O ano de 2015 certamente ainda está gravado na memória do torcedor da cidade do oeste catarinense. O Brasileirão passou sem sustos, num estável 14º lugar - com direito a um passeio em cima do Palmeiras. Histórica mesmo foi a campanha na Copa Sul-Americana daquele ano. Depois de superar a Ponte Preta, a Chape bateu o Libertad nos pênaltis após duas igualdades em 1 a 1, para delírio da Arena Condá.
E quem diria que, seis anos após eliminar o Araguaia, a Chapecoense iria enfrentar o River Plate, atual campeão da América. Aliás, não só enfrentar, como verdadeiramente colocar o time de Marcelo Gallardo na pressão. Em Buenos Aires, deu River, 3 a 1. Mas em Chapecó... Bruno Rangel fez dois, mas Neto perdeu um gol incrível e uma bola no travessão impediram o gol que levaria o jogo aos pênaltis. Chape 2 a 1. Mas era uma vitória sobre o campeão sul-americano.
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Chape venceu o River Plate na Sul-Americana 2015 |
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