O nosso leitor Raul Pereira Chiaradia realizou uma viagem bem interessante pela Europa, conhecendo vários estádios, indo a jogos, visitando pubs... Basicamente aquilo que todo apaixonado por futebol sonha fazer um dia. Ele nos apresentou um relato bem detalhado de sua viagem e apresentamos pra vocês agora. Confiram a primeira parte, com o relato sobre o tour por Praga e Pilsen, na República Tcheca.
República Tcheca
Desembarcamos em Praga no dia 7 de dezembro, três dias após o início da pausa de inverno do Campeonato Tcheco. Porém, tínhamos em mente que ainda teria jogo por ali naquela semana, da Liga Europa, então por isso escolhemos essa data. Ao chegarmos em Praga e logo irmos para o centro da cidade, obviamente estávamos procurando toda e qualquer referência aos principais times da cidade, Sparta e Slavia, mas sem esquecer dos menores, como Dukla, Viktoria Zizkov, dentre outros.
Pub "inglês" em Praga |
Estádio Ďolíček, do Bohemians |
Acordamos cedo e já embarcamos para região de Bohemians, onde fica o simpático estádio Ďolíček, do Bohemians. Estádio bem simples, aconchegante, com um gramado muito bem cuidado e toda simpatia do mascote do time, o canguru. Parecia uma imensidão verde, inclusive havia uma homenagem à Chapecoense perto da linha de fundo de um dos gols. Podia não haver jogo, nem ninguém no gramado, mas o respeito e o sentimento de pesar permanecia ali, assim como em todo lugar do mundo naquela época.
Bom, nós, como bons brasileiros, fomos entrando aos pouquinhos no estádio, achando um portão aberto, outra porta aberta, até chegar no corredor que dava acesso às arquibancadas, e ali me senti o máximo (meu último save no FM tinha sido exatamente com o Bohemians, pode parecer besteira, mas eu estava acostumado a ver o estádio quase todo dia no jogo, e estar ali, por isso e pela simpatia do time, já era algo sensacional pra gente). Muitas fotos e um passeio na lojinha do time que fica embaixo das arquibancadas pra garantir a camisa do Alviverde de Praga, nosso primeiro estádio estava concluído com sucesso.
McDonalds e outros comércios no entorno da Eden Arena |
À tarde, pegamos o trem e fomos pra Pilsen, em uma viagem em torno de uma hora e meia. Chegamos por volta das 15h, saímos da estação e fomos a pé mesmo até o estádio para comprarmos os ingressos. Ao chegar na bilheteria a primeira surpresa: não havia ingresso disponível, somente para a torcida do Austria Viena (e ainda sim com muita má vontade da mulher da bilheteria). Mas cambistas existem em qualquer parte do mundo, então logo um já nos ofereceu os bilhetes no local do estádio que pretendíamos inicialmente por um preço pouco menor que o da bilheteria, e mesmo com um receio, compramos.
Chegada em Pilsen pela estação de trem |
Chopp vai e vem, conversa, risadas com o pessoal do Austria e fomos novamente pra Doosan Arena, já para entrar no estádio e esperar o início do jogo. Na hora ficamos arrependidos de não ter comprado os ingressos para ficar na torcida visitante, já que estávamos “em casa” com eles e pudemos perceber depois que eles preparavam uma festa bem legal, com pequeno mosaico, bandeiras e muita cantoria, mas depois iriamos ser recompensados. Entramos tranquilos, muitas fotos, os dois times em campo fazendo aquecimento e até fomos fotografados pelo pessoal oficial do jogo, por estarmos com a bandeira do Brasil ali.
Torcida do Austria Viena "se preparando" pro jogo decisivo |
A maior pergunta que fazíamos quando saímos de Praga era... Como voltaríamos pra lá no dia? O último trem passava na estação por volta das 21h10 e o jogo acabava 21h. Saímos correndo do estádio em direção a estação, e quando digo correndo, foi dessa maneira mesmo, com a mochila um pouco aberta e alguns pertences ficando pelo caminho. O trem, que vinha de Munique, atrasou quase meia hora (algo muito raro de acontecer por lá), e conseguimos voltar pra Praga tranquilamente e com uma experiência incrível daquele dia.
Momentos antes de a bola rolar em Pilsen |
No terceiro dia, separamos pra conhecer alguns pontos turísticos da cidade, mas de manhã fomos à região da Generali Arena, estádio do maior clube do pais, o Sparta Praga. Logo que chegamos, fomos direto à loja do clube, que fica do lado de fora do estádio, muita coisa relacionada à boa campanha na Liga Europa (o Sparta tinha jogado no dia anterior contra a Internazionale, em Milão e avançado aos matas). Compras feitas (com direito a um pôster do ídolo Tomas Rosicky), demos uma volta em todo estádio e nenhuma porta aberta; voltamos até encontrar um senhor pro lado de dentro do portão, sentado. Explicamos que éramos brasileiros, estávamos muito querendo conhecer o estádio e tudo mais, até tirar a bandeira do Brasil da mochila (acreditem, essa bandeira abre portas, literalmente), o senhor apenas disse que não era pra demorar e tirar as fotos, conhecer e olhar o estádio por dentro. Sensacional! Agradecemos a gentileza e continuamos pelo lado de fora, que é bem legal do ponto de vista dos ultras, tem vários símbolos pintados na parede, seja em alusão as torcidas organizadas ou ao próprio clube, muito interessante pra quem gosta desse tipo de cultura.
Entorno do estádio, na área da torcida do Sparta |
A viagem seguiu para a Turquia, e semana que vem a gente continua. Fiquem ligados que vale a pena!
Imagens: divulgação
Comente com o Facebook: