Da elite a uma derrota por 14 a 1: o triste fim da Associação Naval




Seis anos é muito tempo no futebol. Tempo em que muitos clubes ascendem, caem, vivem seus melhores dias, enfrentam uma derrocada. Na cidade de Figueira da Foz, há um clube com mais de 100 anos e muito tradicional nas divisões inferiores portuguesas, que viveu seu auge há uma década e, no fim de semana, chegou ao fundo do poço ao levar uma goleada incrível de 14 a 1.



A Associação Naval 1º de Maio começou a sua história no longínquo 1883, mas só em 2005 a equipe conquistou seu maior feito: o vice-campeonato da segundona lusitana e o acesso à primeira liga. As participações nunca foram exatamente de grande destaque, e a melhor posição final foi um oitavo lugar em 2010. Os problemas começaram justamente após isso.



Na segundona, a primeira campanha foi até positiva, com apenas seis pontos atrás do último promovido. Depois, a Naval experimenta uma crise ao estilo Portuguesa aqui no Brasil: o time teve 17 pontos reduzidos por conta de dívidas na campanha de 2012/13 e não conseguiu garantias para jogar a segundona de 2014, sendo automaticamente rebaixado.




É na terceirona que o clube se encontra até hoje, mas isto deverá mudar logo, logo. No fim de semana, o marco do fundo do poço da campanha da Naval foi atingido com uma senhora derrota de 14 a 1 para o Mafra - cinco gols do brasileiro Marcelo Campanholo, e até mesmo o gol da Naval foi contra de um atleta do Mafra. Uma vitória, dois empates e 21 derrotas fazem com que a Naval já pense na liga distrital, para onde irá cair.



A situação é deprimente. O clube não vem utilizando o seu estádio pelo simples fato de que o gramado está impraticável, e o elenco foi sendo dizimado pela saída dos jogadores no decorrer da campanha. Hoje, o clube tem só 12 jogadores em condições de atuar, o que ajuda a explicar uma campanha com mais de 100 gols sofridos.



“Só espero que alguém nos ajude, senão não faz sentido continuar. Uns trabalham, outros estudam, mas ninguém recebe salário. Ao menos que nos deem condições para treinar e jogar futebol”, pediu Sérgio Grilo, capitão da Naval. A situação no fim de semana foi tão bisonha que até o técnico adversário perdeu as contas do placar. “Perdi a noção. Ao intervalo, estava 8 ou 9 a 0. Falei aos meus jogadores para não abrandarem nem segurarem muito a bola, e sim manter o ritmo para fazer gols”, destacou Pedro Silva, treinador do Mafra. Foi a maior goleada do século em Portugal considerando as três principais divisões por lá.

Imagens: Facebook/CD Mafra
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